"O teatro é uma casa onde os artistas vivem, onde preparam histórias, músicas e danças que fazem o público viajar para um mundo diferente daquele em que vive, um mundo fabuloso, de onde se sai mais contente, mais inteligente, mais recheado de emoções e sensações. Os espectáculos que vais ver no teatro servem para crescer, para fazer o tempo parar, para iluminar e aquecer, servem para te encontrares com muitas pessoas e ideias - que conheces e que não conheces."
O Livro Escuro e Claro, Madalena Victorino e Inês Barahona,
com ilustrações de Rita Batista.
Ricardo Henriques (texto) e
André Letria (ilustração) começam por explicar a etimologia da palavra teatro e em seguida declinam-na, de A a Z, em todas as suas múltiplas componentes. Nada escapa a este atividário - dicionário e livro de atividades dedicado à expressão dramática. Para quem já conhece
Mar, o primeiro destes livros informativos publicados pela
Pato Lógico Edições, garanto que este segundo, uma encomenda do Teatro Maria Matos em regime de coprodução com outros teatros nacionais, não irá desiludir. O livro é, do princípio ao fim, uma mina de preciosidades acerca desta grande arte que é o Teatro.
Descobrimos a importância do "AQUECIMENTO: Antes de entrar em cena, parte da preparação do ator é aquecer a voz com exercícios de articulação e projeção. Um deles é a repetição dos sons si, fu, chi e pá, que ajuda a abrir o diafragma. Se tivéssemos mais espaço, eu tagarelaria, tu tagarelarias, ele tagarelaria, nós tagarelaríamos, vós tagarelaríeis e eles tagarelariam sobre este e outros trava-línguas que ajudam a treinar a dicção do ator ou ainda sobre o aquecimento do corpo que precisa de flexibilidade, agilidade, respiração e ritmo ou sobre exercícios de concentração, compreensão, memória, afetividade, instinto e imaginação que aquecem as emoções dos atores."
Ficamos a conhecer todas as pessoas que compõem uma companhia de teatro, bem como as diferentes partes de um palco, ou até as várias formas de abertura do pano.
Viajamos até ao tempo de Gil Vicente e de Shakespeare.
Somos convidados a visitar as ruínas do Teatro Romano de Lisboa.
Aprendemos a fazer máscaras com diferentes materiais ou um pequeno teatro de robertos.
Reparamos na relevância da luz, do escuro, das pausas e do silêncio.
Tudo isto e muito, muito mais, num livro fundamental para as bibliotecas, as escolas e os quartos das crianças. Porque as leva não só a conhecer, a analisar, a questionar, a refletir, a criticar as representações teatrais a que assistem, mas convida também à experimentação. Como afirma a artista e educadora dinamarquesa Anna Marie Holm, "As crianças pequenas não observam apenas a arte à distância. As crianças querem fazer parte da arte."
É ainda um excelente livro para a leitura partilhada, em família, pois oferece inúmeras oportunidades de conversa saborosa em torno da sua riqueza enciclopédica.
Dança, de
João Fazenda, faz parte da coleção "Imagens que contam", sem palavras, apenas a do título. Como informa o site da editora, esta coleção "surgiu em 2013 como um espaço de liberdade criativa para ilustradores que procuram contar histórias através da sua arte – a ilustração. As regras são simples: há 32 páginas e guardas para contar a história, o título é uma palavra apenas e o logo do Pato Lógico deve ser recriado."
Mostro apenas o início e espero por quem se queira juntar a mim e ao André Letria, pluripremiado ilustrador, e editor da Pato Lógico, às 11:00 do próximo domingo, dia 24, na Biblioteca do Centro de Artes de Sines, para juntos darmos voz a esta e a muitas outras histórias que habitam os livros que hoje aqui trouxe.