Ilustr. Maria Girón |
“Deveríamos começar a procurar um
espaço na escola para a literatura, para uma literatura de muito boa qualidade
e dar um sentido diferente à sua leitura, que vá muito para além do mero
entretenimento. Porquê? Porque a literatura reúne toda uma reflexão sobre a
condição humana, sobre as possibilidades que o ser humano pode ter na terra. A
literatura tem como tema os grandes problemas da vida e isso proporciona um
enriquecimento enorme na nossa condição de seres humanos, não só como cidadãos
ou como profissionais, pois estas duas formações estão incompletas enquanto não
pensarmos na condição humana. A literatura convida a esta reflexão a partir de
casos e realidades concretas.”
(pp.143-144)
“Temos que pensar na biblioteca
escolar como um espaço para a leitura (…) que busca significação, que busca
sentido, a leitura que procura a formação de um humano com possibilidades de
ver o mundo do lado de fora, de outras maneiras. A escritora argentina Graciela
Montes diz que a leitura obrigatória está associada às mesas da escola e a
leitura lúdica às almofadas. Temos que quebrar essa dicotomia e tratar de
formar leitores críticos. A atitude do leitor é a da dúvida, a de quem coloca
perguntas, se questiona, não a de quem tem todas as respostas. Essa atitude do
leitor deve estar presente no professor e formar-se nas crianças e nos jovens.
A atitude de quem pensa que não está tudo dito, não se sabe tudo e que nem
sempre temos que estar de acordo em tudo.”
(p.145)
Entrevista
a Silvia Castrillón
in Leer
para compreender, Escribir
para transformar: palabras
que abren
nuevos
caminos
en
la escuela, Bogotá: Ministerio de Educación Nacional, 2013
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