"ÂMBULO (aquele que se move) desconstrói o conceito de narrativa. Emocional e sem recurso à palavra, de carácter poético e contemporâneo, neste espetáculo, cruzam-se as linguagens do teatro físico e visual com a dança, as formas animadas, o vídeo e a música original. (...)
Em ÂMBULO, tal como na obra de Shaun Tan, as palavras são substituídas por imagens que nos lembram velhas ilustrações ou fotografias em sépia, que falam por si mesmas, assentes numa história simples e num fenómeno cada vez mais comum como é o caso da emigração. A encenação reflete a estética de uma novela gráfica, desenhada na dimensão da luta, do sofrimento e da esperança daqueles que são obrigados a partir em busca de uma vida melhor." (do folheto divulgativo)
A linguagem do teatro ao seu mais alto nível. Capaz de encantar audiências em todos os cantos do mundo. Tal como o livro de Shaun Tan.
A maior parte das pessoas que enchiam o auditório da ESPAM, em Vila Nova de Santo André, não conhecia o livro. Apercebi-me disso nas conversas antes e após o espetáculo. Mas quem o conhecia não se sentiu defraudado. Muito pelo contrário. Sentia-se o profundo respeito pela obra na qual a peça fora inspirada e jamais a tentativa de a emular. Os mais pequenos detalhes demonstravam a capacidade criativa e a grande qualidade da encenação de Julieta Aurora Santos. Excelentes as interpretações de Luís João Mosteias, Sérgio Vieira, Sandra Santos e Fábio Rocha de Carvalho.
Senti-me tão grata por aqui no litoral alentejano me ser dada a oportunidade de assistir a este ÂMBULO perfeito! Agradeço ao Teatro do Mar, mas, sobretudo, agradeço ao Mário Primo, fundador da Associação AJAGATO, diretor da Mostra Internacional de Teatro de Santo André e que, para contrariar a crise, apostou agora num Plano de Acolhimento de Espetáculos, trazendo todos os meses uma peça diferente a este palco!
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