guardas iniciais |
Onde se guardam leituras, pensamentos, ideias e imagens sobre os livros e a sua mediação.
sexta-feira, 23 de setembro de 2022
As Guardas: Guardiãs de Tesouros XXXVIII
sexta-feira, 16 de setembro de 2022
As Guardas: Guardiãs de Tesouros XXXVII
guardas iniciais |
quinta-feira, 15 de setembro de 2022
Oficina de Leitura e Escrita por correspondência
uma das cartas da OLE |
carta enviada a uma das alunas da OLE no 2º confinamento |
Aqui um excerto:
Maria, estou muito feliz com a tua participação na OLE à distância. Vejo-te bem-disposta, interessada e sempre com vontade de pensar e descobrir coisas novas. Também gostei muito de receber a tua carta e ler as tuas reflexões e novidades. Fico feliz por saber que estás a gostar dos livros.
Juntamente
com a carta, recebes mais dois textos. Desta vez não os leias nem coles no
caderno da OLE antes do nosso próximo encontro online. Para além disso, vão no saco mais dois livros
que escolhi para ti. Espero que te agradem. Lê-os à vontade. Não terás que
responder a quaisquer perguntas ou desafios sobre estes livros. São para a tua leitura autónoma.
Tenho
uma surpresa para ti, para que possas constatar que um jardim pode assumir
muitas formas. Talvez reconheças esta folha. É de uma Ginkgo Biloba. Esta repousava aos pés da sua árvore-mãe numa
das ruas de Santiago, já dourada pelo outono. Pensei que era uma pena deixá-la ali
abandonada, à mercê das intempéries. Trouxe-a para casa e dei-lhe outro lar,
entre as páginas de um dos meus livros. Hoje abri esse livro, e de dentro dele
a folha veio a esvoaçar para perto do meu computador. Pensei: “Vou oferecê-la à
Maria, pois um jardim também pode morar entre as páginas de um livro ou de um
caderno. Nos meus moram folhas de Ginkgo Biloba, sardinheiras,
ervilhas-de-cheiro, flores de alfazema…” Que esta folha possa ser o início de
um jardim que habita os teus livros ou cadernos. Se quiseres, podes mesmo
construir um herbário, ou, se já tens um, juntá-la à tua coleção. Abre bem os
olhos! A cada passo que dás, descobrirás maravilhas.
Um beijinho,
Paula
quinta-feira, 8 de setembro de 2022
Um desejo para o novo ano letivo
dente-de-leão; dandelion; soffione |
Que todas as escolas sejam verdadeiros lugares de leitura!
Porque a educação e a literacia são mais necessárias do que nunca, após dois anos de pandemia e com o consequente agravamento das desigualdades a todos os níveis, num mundo assolado pelas alterações climáticas, pela desinformação e pelo populismo, pela guerra.
Porque é tempo de parar, pensar no que aprendemos nos últimos anos e fazer diferente, fazer melhor.
Porque há que pensar os lugares de leitura como sistemas em perpétuo movimento, em que cada elemento é fundamental e se relaciona com os restantes de forma dinâmica. Um só elemento não constitui um lugar de leitura e a falta de um dos elos desse sistema compromete enormemente a qualidade das experiências de leitura que aí acontecem.
Porque é urgente que unamos forças para pensarmos os lugares de leitura e, sobretudo, para imaginarmos e construirmos um mundo melhor para todos.
terça-feira, 6 de setembro de 2022
As Guardas: Guardiãs de Tesouros XXXVI
quinta-feira, 1 de setembro de 2022
Ecos Andarilhos II
Ecos Andarilhos I
A 16ª edição das Palavras Andarilhas marca um novo rumo para este Festival da Palavra lida, escutada e contada. Desde o primeiro momento, em 1999, as Palavras Andarilhas sempre tiveram na figura da Cristina Taquelim a sua grande artífice (inicialmente, ao lado do grande Figueira Mestre - até à sua morte). E esta foi a primeira edição sem a Cristina na programação e produção das Andarilhas.
Por estar a viver em Itália (de 1999 a 2006), apenas em 2007 comecei a ser Andarilha. Desde aí, nunca mais deixei de ir a esse "grande momento de aprendizagem coletiva, em torno da promoção da leitura, da narração oral e da literatura." Assisti, assim, a 8 destas 16 edições, e constatei como, de cada vez, o Festival se ia transformando e melhorando, como o pensamento que lhe dava estrutura e sustento era dinâmico e, sobretudo, guiado pela atenção às necessidades da população do concelho de Beja e pela busca da melhor forma de serviço público. A saída da cave da Biblioteca José Saramago para a Praça da República e depois para o Jardim Público, onde ainda permanece, revelam a preocupação de levar o festival à comunidade, de maneira a que não ficasse restrito às centenas de mediadores que vinham de todo o país para escutar e aprender com narradores, escritores, mediadores, ilustradores, tradutores, etc. Já aqui escrevi que o que vivíamos em Beja naqueles 3 dias dava-nos alento para o ano inteiro.
Todos os fios invisíveis que uniam as diferentes áreas de programação no desenho dos inúmeros eventos expositivos, formativos e performativos eram tecidos pelas sábias mãos da Cristina Taquelim. Em ninguém como nela vi (e vejo) um entendimento da promoção de leitura como um compromisso cívico, e como um todo, pensado de forma transversal. As exposições (muitas delas com a curadoria da Mafalda Milhões) inauguradas na cave por altura das Palavras Andarilhas eram lugares de leitura para o trabalho com escolas e famílias durante todo o ano letivo seguinte. Os conferencistas e os especialistas convidados a dinamizar as oficinas eram chamados pela sua competência em campos específicos, de modo a ajudar a pensar e suprir necessidades reveladas no trabalho de mediação do ano anterior ou como sustento para novos projetos a implementar. Ali escutámos tantas pessoas importantes para o nosso crescimento pessoal e profissional (nomeá-las a todos seria quase impossível, dada a vastidão da lista de participantes de cada edição).
Em suma, todos nós, mediadores de leitura e narradores portugueses, somos devedores à Mulher-Palavra, pelo tanto que com ela aprendemos e pelo seu exemplo. Solto daqui o meu aplauso à grande Cristina Taquelim, que deixou no final de 2019 a função pública, mas nunca deixou o serviço público. E acho uma injustiça que a tenham nomeado tão poucas vezes no palco das Andarilhas deste ano.
Que as novas Palavras Andarilhas saibam honrar o seu legado.